quinta-feira, 27 de setembro de 2007

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Violência Contra a mulher

A violência contra as mulheres é uma realidade presente na vida da maioria das mulheres, principalmente das pobres e negras. É um sério problema da saúde publica, assim como violação dos direitos humanos.

Ela se dá devido à cultura patriarcal e machista que é incorporada por toda a sociedade que oprime e violenta as mulheres. (educação diferenciada, desvalorização da mulher, desigualdade entre os gêneros etc.)

Enquanto os homens sofrem violência no espaço público e por pessoas desconhecidas, as mulheres sofrem violência no espaço privado e é praticada por pessoas as quais as mulheres mantém laços de afetividade (maridos, companheiros, noivos, namorados ou pelos ex) o que as torna mais vulneráveis a estes crimes.

Tipos de violência: física, psicológica ou moral, sexual, institucional, social.
Física – Fere a integridade física das mulheres: empurrões, socos, pontapé, atirar objetos, chutes, murros etc.
Psicológica ou moral – Destrói a auto-estima das mulheres, expresso nas injúrias, xingamentos, desvalorização a mulher, agressões verbais, revista íntima, assédio moral, humilhações em público, acusação de ter amantes, cárcere privado, proibição de fazer amizades, privação econômica, criticar, isolar, você não presta, “gorda” etc.
Sexual - Estupro, assédio sexual, que no Brasil ainda é bastante confundido com a cantada etc, ou mesmo quando os maridos ou companheiros obrigam às mulheres a terem relações sexuais quando estas não desejam (estupro conjugal) ou quando estão doentes, colocando em risco a saúde daquela mulher.
Social - Se reflete fortemente no dia-a-dia de todas as mulheres fora de suas casas, que faz com sejam discriminadas na vida pública: no trânsito, nos salários inferiores aos dos homens, pois as mulheres ganham até 60% a menos que os homens exercendo as mesmas atividades e as mulheres negras recebem metade do salário das mulheres brancas, na maior dificuldade de ingressar no mercado de trabalho e por isso são a maioria da população mais pobre do mundo (70%), pouca participação na política e no parlamento, no tratamento desumano que recebem nos serviços de saúde, dentre outras formas de discriminação.
Institucional- Se configura quando os serviços oferecidos por uma instituição e sistemas públicos são prestados em condições inadequadas resultando em danos físicos e psicológicos para a mulher (por exemplo: longas esperas para receber tratamento, intimidação, maus tratos verbais, ameaças e falta de medicamentos)

Dados de violência contra a mulher no brasil:

O Brasil é o país que mais sofre com a violência doméstica, perdendo cerca de 10,5% do seu PIB em decorrência desse grave problema;
O Brasil lidera o ranking mundial de violência contra a mulher, de acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade de Vitimologia Internacional: chega a 25% o número de mulheres no país que sofrem violência e 70% das mulheres assassinadas foram vítimas dos próprios maridos;
No Brasil, uma em cada cinco mulheres, revela ter sofrido violência praticada por um homem, que geralmente é seu companheiro, marido, namorado, noivo ou os ex;
A cada 15 segundos, uma mulher é agredida em seu próprio lar por uma pessoa com quem mantém relação de afeto;
As estatísticas disponíveis e os registros nas DEAMs , demonstram que 70% dos incidentes acontecem dentro de casa e que o agressor é o próprio marido ou companheiro;
Mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, amarramentos, queimaduras, espancamentos e estrangulamentos;
As mulheres representam 70% dos pobres no mundo;
Em 2000, 1,3 milhão de mulheres morreram de Aids em todo o mundo. Quase a metade dos casos novos de infecção por HIV acontece em mulheres. Hoje, 16,4 milhões de mulheres vivem com o HIV/Aids. Nos últimos três anos, a porcentagem de mulheres infectadas com o HIV cresceu de 41% para 47%.FONTE: Unifem, 2001;
As mulheres ocupam somente 6% do parlamento brasileiro e são minoria absoluta em cargo de prestigio social, embora tenha mais escolaridade que os homens.
Causas da violência contra a mulher:
MITOS: álcool, drogas, bebida, ciúme, desemprego, doença mental (apenas 5% dos agressores têm problemas mentais).

VERDADES: O que causa a violência contra a mulher é a “cultura patriarcal de gênero” que desvaloriza a mulher e naturaliza a violência.
Porque as mulheres não rompem as relações de violêcia
ainda gostam dele;
Medo das ameaças;
Falta de qualificação profissional;
Falta de moradia;
O fato de não contarem com o apoio da família;
A vergonha de expor suas dificuldades para a família e os(as) amigos(as);
O fato de se sentirem mais respeitadas socialmente tendo um homem do lado;
Falta de uma rede de serviços de apoio;
O argumento mais forte: os filhos e filhas.
Fatores que contribuem pro aumento da violência
falta de políticas públicas;
impunidade (leis ineficazes
cultura patriarcal vigente na sociedade que naturaliza a violência
Calar-se diante da violência
Políticas publicas que combatem a violência contra a mulher:
DEAMs, casas-abrigo, centros de referência, defensorias públicas, juizados especiais para crimes contra as mulheres, serviços de saúde;
BRASIL – 15 casa-abrigos, 330 DEAMs, 04 Defensorias públicas para as mulheres no RS.
É preciso romper com a cultura machista e patriarcal que naturaliza a violência faz as mulheres silenciarem diante de tais brutalidades. A problemática da violência contra a mulher demanda ações no âmbito da saúde, segurança, educação, assistência social, habitação, etc. Devemos cobrar dos poderes público a implementação de uma rede de proteção social às mulheres vítimas de violência que inclui os postos de saúde que são a porta de entrada de caos de violência, centros de referência, casas-abrigos, defensorias públicas, DEAMs com pessoal capacitado na área de violência e direitos humanos, juizados especiais para crimes praticados contra as mulheres;

É preciso nos contrapor à falta de políticas públicas de combate à violência contra a mulher e lutar contra todas as formas de opressão a que estamos submetidas. É nosso dever enquanto cidadãs e cidadãos lutar contra a cultura na qual estamos inseridas que imprime uma educação machista e patriarcal, bem como contra todas as formas de violência contra a mulher e adolescentes.